domingo, 8 de novembro de 2009

ADOECIMENTO OCUPACIONAL: Petroleira se acorrenta em protesto contra a intransigência da Gerência de Recursos Humanos (RH) da Petrobrás, no RJ










Foto: Leninha, da Aepetro (www.aepetro.org.br)

INTRANSIGÊNCIA PATRONAL
Petroleira se acorrenta em frente a sede da petrobrás no Rio de Janeiro

(*) Luiz Salvador

Edilene Farias (a Leninha diretora de SMS do AEPETRO Bahia) em protesto contra a intransigência da Gerência de Recursos Humanos (RH) da Petrobrás deslocou-se de Salvador, Bahia, para o Rio de Janeiro, acorrentando-se em frente ao Edifício Sede da Petrobrás.

O acorrentamento foi a forma que encontrou para protestar e chamar a atenção da sociedade civil e das autoridades, visando correção de rumos na política de gestão da empresa, para que cessem os abusos e desrespeitos aos direitos dos trabalhadores petroleiros, que tem sido vítimas, inclusive, de assédio moral, prática esta já apurada pela Procuradoria do Trabalho da Bahia, o que levou ao ajuizamento da competente ACP, perante a Justiça do Trabalho, processo em curso perante a 39ª Vara do Trabalho de Salvador, Processo, ACP nº 00214.2009.039.05.00-4

Edilene Farias de Oliveira 42 anos, Técnica Química da Petrobrás desde 1987, adquiriu dermatite atópica (inflamação ou inchaço da pele) por ter trabalhado com querosene e elementos “normais parafinos” na Refinaria Landulpho Alves de Mataripe-RLAM, já em 1988.

Em conseqüência desenvolveu outras doenças como Síndrome de Cush que dentre outros sintomas fica com a visão borrada. Há um mês descobriu através de exame feito por amostra da urina que foi contaminada com Sulfetos Metálicos, cujas conseqüências podem ser paralisia e morte.

Leninha é portadora de fibromialgia, doença desenvolvida em função de estresse sistemático que pode está relacionada a contaminação com Sulfetos Metálicos. Depressão grave, miopatia crônica, doença que promove destruição dos músculos estando com os bíceps e deltóides comprometidos através de comprovação laboratorial e eletromiograficamente.

O acúmulo dessas doenças provoca mal-estar geral em, dor de cabeça, muita angústia e ansiedade, dores no corpo durante 24 horas com administração de medicamento que provoca comprometimento em outros órgãos como rins e fígado. Não consegue dormir sem ansiolítico.

Há necessidade, inclusive, de se locomover a SP para internamento em hospital da USP onde terá que fazer uma biópsia para diagnosticar o que provoca as inflamações em seus músculos. Estava com internamento programado em SP, mas a empresa se negou a lhe custear as despesas necessárias, incluindo as de transporte, alimentação e hospedagem.

Em razão disso, Edilene reivindica reconsideração da empresa em sua negativa de custear-lhe as despesas e autorize a cobertura e pagamento de todas as despesas com acompanhante para fazer a biópsia que não é realizada na Bahia e fora marcada pela Petrobrás na USP a fim de descobrir qual o tipo de miopatia e poder ser tratada adequadamente, pois sem o devido tratamento a doença vem se agravando.

Requer um acordo definitivo para a continuidade no fornecimento de todos os seus medicamentos necessários ao tratamento de sua saúde e que foram suspensos, levando-se em conta os laudos técnicos, relatórios e atestados passados dos especialistas que a assistem, incluindo-se o reconhecimento da CAT já emitida pelo CESAT, indicando afastamento previdenciário e “repouso intermitente no leito”, restituindo-lhe imediatamente os valores que lhe foram descontados por dias não trabalhados decorrentes do seu comprovado adoecimento e com seqüelas incapacitantes para o exercício de sua atividade laboral na empresa.

(*) Luiz Salvador é Presidente da ABRAT (www.abrat.adv.br), Presidente da ALAL (www.alal.la), Representante Brasileiro no Depto. de Saúde do Trabalhador da JUTRA (www.jutra.org), assessor jurídico da AEPETRO e da ATIVA, membro integrante do corpo técnico do Diap e Secretário Geral da CNDS do Conselho Federal da OAB, e-mail: luizsalv@terra.com.br, site: www.defesadotrabalhador.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário