quarta-feira, 8 de abril de 2009

OPORTUNISMO: Aumento da produção do alto-forno em empresas mineiras não justifica investida patronal por flexibilização e precarização trabalhista

MINÉRIO DE FERRO
Aumento na produção em MG mostra que turbulência já passou

(*) Luiz Salvador

Numa ponta, as notícias sobre a economia demonstram aumento da produção do alto-forno em empresas mineiras, com a isenção do IPI, animando o setor.

Na outra ponta do oportunismo, as propostas de flexibilização e precarização laboral, buscando enxugar ainda mais os custos operacionais, quando é sabido que os custos da mão de obra representam uma parcela diminuta nos custos totais de produção.

Em nosso entendimento é o que está ocorrendo em Timóteo, MG, é mero oportunismo,onde crise para os ricos é continuar jogando o jogo da vantagem a qualquer custo.

A Arcelor Mital, maior produtora mundial do aço inoxidável, ao arrepio da norma constitucional garantidora do direito de informação e acesso às mesmas (CF, art.5º, XIV),não é transparente em sua investida contra os direitos dos trabalhadores ao demandar com o sindicato Metasita, buscando alteração das condições laborais já ajustadas em instrumentos normativos. A proposta da ArcelorMittal, reduz,inclusive, em três dias a jornada de trabalho e, consequentemente, reduz cerca de 13% do salário praticado, além de se negar a pagar as horas extras trabalhadas, através da ferramenta neoliberal aprovada no governo de FFHHCC, conhecido como "banco de horas", dentre outras exigências à classe obreira, como noticia o Jornal Mineiro, Diário do Aço,

link:http://www.diariodoaco.com.br/noticia.php?cdnoticia=20281

Cumprindo seu papel de representantes da classe obreira ameaçada, o Sindicato dos Metalúrgicos de Timóteo e Coronel Fabriciano (Metasita)resiste à proposta patronal, apoiado nas normas vigentes de proteção ao trabalho digno e de qualidade e de responsabilidade social do empregador, a teor do disposto em nossa Constituição que principia pelo abergamento dos princípios que dão efetividade à dignidade da pessoa humana ao declarar ter como fundamento a cidadania, a dignidade da pessoa humana e o valor social do trabalho (Art. 1º, II, III e IV), sendo que já em seu art.3º enuncia como objetivo fundamental da República a construção de uma sociedade justa, livre e solidária, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais, além de promover o bem de todos, sem discriminação (Art. 3º, I, III e IV).

Para discussão e deliberação da proposta patronal, já convocou os trabalhadores integrantes de sua base de representação, 1.733 funcionários, para discutir e deliberar sobre a proposta que está sendo considerada como de retrocesso social.

O Jornal Estado de Minas traz importante reportagem sobre as expectativas positivas da economia mineira, demonstrando a ocorrência de aumento da produção do alto-forno em empresas mineiras, com a isenção do IPI, animando o setor, o que joga por terra quaisquer argumentos no sentido de se continuar exigindo dos trabalhadores metalúrgicos de Timóteo, a flexibilização de precarização de seus direitos.

Leia mais.

Setores de aço e minério têm sinais de melhora em Minas

Marta Vieira - Estado de Minas


Jair Amaral/EM/D.A Press - 19/04/2007
Alto-forno em empresa mineira: isenção de IPI para veículos anima setor

Sinais de melhora, em março, das vendas da indústria mineral e das usinas siderúrgicas podem ser indicativo de que dois dos setores mais afetados pela crise financeira mundial em Minas Gerais podem ter passado pelo fundo do poço dos efeitos da turbulência na economia . A comercialização no mês passado de 22,1 milhões de toneladas de minério de ferro cresceu 61,3% na comparação com dezembro do ano passado, embora ainda esteja abaixo dos níveis anteriores à crise. Nas siderúrgicas, a expectativa é de crescimento dos negócios com o impulso dado às vendas de veículos pelo acordo de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Confira o diagnóstico dos dois setores

O setor siderúrgico encerrou o primeiro bimestre deste ano trabalhando ao ritmo de 47,5% da sua capacidade instalada de produção, um dos níveis baixos verificados pela indústria, segundo o vice-presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Marco Polo de Mello Lopes. Seis dos 14 altos-fornos no país chegaram a parar de forma simultânea. Os dados ainda preliminares de março indicam melhora ante fevereiro e janeiro, meses que ainda foram muito fracos. “A redução do IPI foi uma injeção na veia da indústria automotiva e isso é muito importante para o setor siderúrgico”, disse o executivo. Marco Polo vê perspectiva de retomada do consumo a partir de novembro, quando o desempenho do setor poderá ser comparado ao período do ano passado em que as empresas já enfrentavam a crise.

A situação da indústria mineral e das usinas siderúrgicas é um dos temas do ciclo de debates Minas Combate a Crise, que será realizado na quarta e quinta-feira da semana que vem no Centro de Convenções Expominas, em Belo Horizonte. O evento é uma promoção conjunta da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, jornal Estado de Minas e Diários Associados.

Além da discussão sobre os reflexos da turbulência na economia no Brasil e em Minas, a proposta dos organizadores é indicar medidas e ações para que as empresas e o cidadão vençam as dificuldades com a escassez do crédito e as consequências sobre os investimentos das empresas e mercado de trabalho.

São aguardadas no seminário as presenças do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles; do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi; do vice-presidente da República, José Alencar Gomes da Silva; do governador de Minas, Aécio Neves; e de empresários a exemplo de Jorge Gerdau, presidente do Conselho de Administração do grupo siderúrgico Gerdau; o presidente do grupo Fiat na América Latina, Cledorvino Belini; e o presidente do Conselho de Administração da Usiminas, Wilson Brumer.

Link: http://www.new.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_28/2009/04/08/ficha_ciclopalestras/id_sessao=28&id_noticia=9749/ficha_ciclopalestras.shtml

(*) Luiz Salvador é Presidente da ABRAT (www.abrat.adv.br), Vice-Presidente da ALAL (www.alal.la), Representante Brasileiro no Depto. de Saúde do Trabalhador da JUTRA (www.jutra.org), assessor jurídico da AEPETRO e da ATIVA, membro integrante do corpo técnico do Diap e Secretário Geral da CNDS do Conselho Federal da OAB, e-mail: luizsalv@terra.com.br, site: www.defesadotrabalhador.com.br

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