quarta-feira, 8 de abril de 2009

REI DO AÇO INOXIDÁVEL: Arcelor Mital propõe flexibilização e precarização trabalhista em MG



Foto: Carlos Vasconcelos, Presid.Sind.Metasita (MG)

A NOTÍCIA ESTÁ NO JORNAL DIÁRIO DO AÇO
Página web:www.diariodoaco.com.br


Arcelor quer reduzir salários

Metalúrgicos de Timóteo decidem em assembleia se aceitam novos cortes propostos pela empresa

Carlos Vasconcelos não acredita na aprovação da proposta

TIMÓTEO – Depois do Plano de Demissões Voluntárias (PDV) lançado no início do ano, a ArcelorMittal prepara uma nova ação para contenção de gastos que irá atingir em cheio boa parte dos metalúrgicos que trabalham na usina de aço inox de Timóteo. Desta vez, a empresa acena com a redução de salários e de jornada de trabalho.

A proposta da ArcelorMittal, que reduz em três dias a jornada de trabalho e, consequentemente, cerca de 13% do salário, será avaliada nesta quarta-feira pelos empregados. O Sindicato dos Metalúrgicos de Timóteo e Coronel Fabriciano (Metasita) convocou 1.733 funcionários para várias assembleias hoje, às 7h30, 13h30, 15h30 e 17h30, na sede da entidade, no bairro Timirim. Esse é o total de metalúrgicos que serão atingidos pelos novos cortes.

A proposta de reduzir salários e a jornada de trabalho foi oficializada pela ArcelorMittal na semana passada, quando enviou uma relação com os cargos que serão atingidos. Antes, no dia 26 de março, a empresa propôs um acordo especial com o Metasita, que será submetido às assembleias desta quarta-feira.

Conforme o Metasita, todos os trabalhadores da área operacional (operadores, mantenedores, analistas técnicos e supervisores), do turno fixo, foram incluídos na relação dos que terão salários e jornada reduzidos. Haverá um banco de horas para todos os funcionários.

Lista
Foram convocados para as assembleias de hoje todos aqueles empregados cujos nomes constam em uma lista da empresa que aponta quais pessoas seriam afetadas com as mudanças. A lista foi entregue ao sindicato na reunião do dia 26, após muita insistência.
Segundo o presidente do Metasita, Carlos Vasconcelos, o documento foi negado a princípio, mas depois a empresa cedeu. “Pedimos a lista dos trabalhadores penalizados, porque ela facilitaria negociação”, afirmou.

Vasconcelos adiantou que o sindicato não concorda com a proposta da empresa. “O objetivo das assembleias é refletir com os trabalhadores da produção e deliberar se eles concordam com a negociação. Nós não concordamos com a flexibilização de direitos a redução de salários. Mas vamos aguardar a autorização dos trabalhadores para abrirmos o processo de negociação”, posicionou-se.

O sindicalista disse ainda, de antemão, que não acredita na aprovação do acordo pelas assembleias. Ele defende que é possível buscar alternativas menos radicais. “Acreditamos que os trabalhadores não vão concordar com a redução. De repente, conseguimos uma alternativa.”

Redução
A empresa justificou a proposta como uma necessidade de reduzir custos devido à queda da produção provocada pela crise mundial. A usina de Timóteo possui, atualmente, aproximadamente 2,8 mil funcionários, e vem operando com apenas 55% de sua capacidade instalada.

Mas, conforme o presidente do Metasita, a redução não vai gerar tanta economia para a empresa, porque a folha de pagamento representa no máximo 2,5% de sua receita bruta. “A economia seria muito pequena e não deverá passar de 5%. Não entendemos qual o sentido dessa redução, uma vez que a empresa apresenta retomada de produção neste mês, e até junho deverá chegar a 70% da capacidade de produção”, contestou o sindicalista. A empresa informou ao DIÁRIO DO AÇO, por meio de sua assessoria, que vai aguardar a decisão dos trabalhadores.

O que a empresa propõe

A proposta de acordo apresentada pela ArcelorMittal e divulgada em boletim interno, intitulado “Sintonia”, prevê menos três dias de trabalho por mês, o que equivale a uma redução média de 13,1% do salário nominal para todos os empregados atingidos pelos cortes. A empresa estipulou prazo de três meses para duração do acordo, a partir de abril, prorrogáveis por igual período, dependendo da conjuntura econômica.

De acordo com a empresa, a medida não terá impacto no cálculo de férias, 13º salário e Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A ArcelorMittal afirma ainda no seu boletim que esses percentuais foram calculados em função da ociosidade das equipes e equipamentos da linha de produção.

Já em relação ao banco de horas, a empresa propõe que as horas folgadas antecipadamente pelos empregados, registradas no sistema como “Compensação de Hora Extra Posterior”, serão apuradas e compensadas na proporção de uma hora trabalhada para cada hora de folga, no prazo de 12 meses.

Link: http://www.diariodoaco.com.br/noticia.php?cdnoticia=20281

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